O nome de Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, definido por Bolsonaro para assumir o ministério da Educação do seu governo em 2019, gerou uma crise da equipe de transição com a bancada evangélica no Congresso.
Por que os deputados evangélicos ficaram incomodados?
Que entendem de Educação esses deputados,
em sua maioria analfabetos funcionais e extremistas religiosos?
(por isso mesmo apoiaram o candidato Bolsonaro)
O nome de cargo, causou reação de deputados, por Mozart Neves Ramo ser considerado um moderado. Os evangélicos ganharam na pressão a desistência do educador e o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez foi chamado para conversar com Bolsonaro ontem quarta-feira (21). Rodriguez é formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá.
Nas redes sociais, após a veiculação do nome de Mozart e a reação da bancada, o presidente eleito disse que "até o presente momento não existe nome definido para dirigir o Ministério da Educação". Segundo relato à Folha de S.Paulo de pessoas próximas ao educador, ele foi sim procurado na semana passada e acenou ao futuro governo federal que aceitaria o posto.
O plano da equipe do presidente eleito era de que o nome fosse oficializado nesta quinta após a reunião, em Brasília, quando Mozart e Bolsonaro discutiriam condições para ele assumir a pasta.
Os deputados da bancada evangélica de apoio a Bolsonaro, que se calaram e não fizeram nenhuma manifestação contra nomes de outros ministeriáveis indicados por Bolsonaro, suspeitos de corrupção, se rebelaram exatamente contra o único nome limpo indicado até agora para ministro, o de Mozart Neves Ramos.
A causa da revolta dos evangélicos é que Mozart tem se mostrado neutro sobre o projeto da Escola sem Partido (LEI DA MORDAÇA) ou contra discussões sobre gênero em sala de aula.
Os dois temas, em debate no Congresso, serviram para alavancar o nome de Bolsonaro no cenário nacional bem antes de sua pré-candidatura presidencial.
Com apoio dos evangélicos, o presidente eleito foi um dos líderes do movimento contra a discussão do que chamam de "ideologia de gênero" nas escolas.
O pernambucano Mozart chegou a ser sondado pelo presidente Michel Temer (MDB) para o mesmo cargo em 2016, mas, na época, recusou. Da mesma forma, declinou de um convite de João Doria (PSDB) para integrar o secretariado da Prefeitura de São Paulo.
Antes de assumir o cargo no instituto, Mozart foi presidente do Movimento Todos pela Educação e professor e reitor da Universidade Federal de Pernambuco. Ele também foi secretário de Educação daquele estado.
Em 2010, em entrevista à Folha, ele disse ser necessário criar uma agenda para a educação que não seja de governo, mas de Estado.
"Há uma clareza muito grande de que, após a redemocratização do país, após a economia ficar sólida, a terceira revolução que a gente tem de fazer é a da educação: é preciso envolver toda a sociedade nisso", disse.
Outro nome cotado para a Educação é o da presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna. Viviane é irmã de Ayrton Senna, piloto tricampeão brasileiro de Fórmula 1 que morreu em acidente em 1994, enquanto competia na Itália.
Com informações da Folhapress.