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No Brasil, governo Bolsonaro-Guedes prepara investida
para privatizar abastecimento.
Mas em todo o mundo – e também aqui – cresce a resistência
a transformar em mercadoria um bem que é símbolo da vida.
Em março de 2018, ocorreu o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) em Brasília; esse fórum foi um encontro de diversas experiências coletivas de vivência com a água. Foi espaço de trocas de sucessos e adversidades na luta em defesa da água como direito e não como mercadoria, um contraponto ao Fórum Mundial da Água (FMA).
A denúncia presente no documento final do FAMA é que as privatizações dos serviços de água e saneamento causaram diversos danos à sociedade onde foi implementada, como o aprofundamento das desigualdades, a violência contra as mulheres, a contaminação e envenenamento das águas, redução na qualidade dos serviços prestados à população, precarização do trabalho e aumentos abusivos nas tarifas.
O FAMA reafirmou a orientação ética de que a água não é mercadoria, é do povo.
No documento, assinado por 168 instituições de diversos países e diversas missões a principal mensagem é que a “água não é e nem pode ser mercadoria. Não é recurso a ser apropriado, explorado e destruído para bom rendimento dos negócios. Água é um bem comum e deve ser preservada e gerida pelos povos para as necessidades da vida, garantindo sua reprodução e perpetuação”.
Diz a declaração final do FAMA: “Nossa resistência e luta é legítima. Somos os guardiões e guardiãs das águas e defensores da vida. Somos um povo que resiste e nossa luta vencerá todas as estruturas que dominam, oprimem e exploram nossos povos, corpos e territórios. Somos como água, alegres, transparentes e em movimento. Somos povos da água e a água dos povos”.